La em casa eramos cinco.
O Chico Galito, venenoso, provocador, capaz de derreter um cubo de gelo com o olhar e o tempo necessário para que este se derreta, contundente e inteligente, um verdadeiro diplomata politicamente incorrecto!
A Escrava Isaura (Bruxa nos momentos de carinho) um poço de ternura, atenta, preocupada, sempre disponivel, trabalhadora incansavel, paciente e com uma “talocha” que punha tudo em sentido.
O mais velho, olhos azuis penetrantes, bruto, feio, engenhoso, convencido e com um coração tão grande que muitas vezes não lhe cabia no peito.
O do meio, estudioso, amante das boas leituras, recortador-mor de jornais, politico, revolucionario, defensor de boas causas, trabalhador de andar traquina, uma rachadela na cabeça que pos fim à saga Mini cá em casa, carinhoso, sensivel, cabeludo e de confiaça.
O mais novo, traquina, inteligente,irreverente, dos que gosta de ver o circo pegar fogo, estratega impulsivo, comunicativo, imaginativo, copinho de leite, problematico com as mulheres, amante de todas as motas que ja existiram e hão-de existir, estudioso das motas, condutor das motas (principalmente), mecanico das motas, lavador das motas (e tudo mais terminado em Motas), para alem de provocador, venenoso e pensador.
Conseguem perceber agora porque é que, depois de conhecerem o meu componente familiar, me pode acontecer tudo e mais alguma coisa!?
Já agora, voces conhecem a Maria Amelia?
Maria Amelia foi a mota que o mais velho comprou quando soube que a Dorothy ia viver para a minha garagem. Mas foi sol de pouca dura, pois o mais velho não podia ficar atras do mais novo!
Na noite de Botorrita, os dois foram fazer as famosas curvas cuja povoação lhes dá nome e a frustração foi tão grande que ele se confessou:
-Tenho que ir buscar uma coisa dessas pá! Esta mota não me deixa curvar como eu quero!
– Já te disse que mudasses esse pneu dianteiro, o pneu esta triangular e é de uma marca diferente do traseiro. É normal que não te dê as sensações que procuras e por isso não tens confiança na mota.
-Não é nada disso pá! É a mota pá, vou muito recto, não é uma posição desportiva que te ajude a curvar…..
O tempo foi passando e o Verão chegou. Ou seja, tempo dos tótós andarem todos à solta…
E como o pessoal anda todo com a lua de ir curtir umas curvas de mota o mais velho encontra num stand uma belissima VFR800 V-Tech e sem exitar compra-a.
E é assim que chegamos aos dias de hoje, onde vos passo a contar como conheci a Gertrudes!
(Com isto já ganhei um empalamento (ou varios), dado que já escrevi mais de um paragrafo sobre uma barrigada de curvas.)
Como é normal por aqui em Aragão o dia começa pela manhã, com o nascer do sol mais ou menos entre as 6h e as 7 da manhã.
Ora hoje, Domingo, estava combinado os manos se encontrarem na primeira “gasolineira” da N330 em direcção a Huesca. O telemovel desperta-me ao som de um dos solos mais brutais de todos os tempos (Meastreted- Deep Purple), o que me faz acordar para a vida algo sobressaltado mas logo com a pica toda!
O sol, esse já era uma enorme laranja que se elevava no horizonte.
Depois do protocolo de despertar, beber o cafe, atirar-me pelas escadas abaixo e descer pelo elevador, a fazer o pino, até há garagem, finalmente encontro a Dorothy que trata de saudar com choque estatico!
Montados nela, motor quente, cavalos já com vontade de sair dali para fora, olho para o relogio que me alertava para a necessidade de me despachar.
Chegados ao ponto de encontro procuro uma VFR branca e nada!
Olho para o relogio 8:05….
Vou esperar 10min!
Bebi café, falei com o pessoal que estava tambem por lá para ir passear de mota, volto a olhar para o relogio e este gajo sem aparecer….
Telefono e nada!
Raios me partam lá o raio que o partiu em mil bocados com cimento cola!
O telefone toca e do outro lado oiço uma voz languida e atordoada:
-Estou….. Estou a sair de casa!
-Adormeceste seu morcão! Para a proxima vens tu a minha casa!
-O que é!?- disse tentando dissimular um bossejo- Eu já vou estou a sair de casa!
Meia hora depois!
E ainda por cima sem tomar café!
-Agora temos que ir ligeirinhos, não é!?
-Se quieseres vais tu, mas a esta hora já os radares estão todos acordados, aqui na auto-via aconselho-te a teres cuidado!
-Então vá, vamos embora, vai há frente!
Era só o que faltava, marcar o caminho ao dominhoco.
Os 80km que separam as fotografia foi o suficiente para amainar o fel e agora já só pensava na descida de Monrepós, com os seus cotovelos vertiginosos durante uma boa vintena de km até chegar quase a Sabiñanigo. Depois começavamos a subir de novo para Jaca, onde desviariamos caminho em direcção ao “arame farpado” com a republica francesa.
Por ali estava o vale do Rio Aragon, onde se diz ter germinado o gene aragones…
Subiriamos por esse vale até ao principal objectivo do meu irmão, que era a estação de Canfranc, que se encontra abandonada desde há muito, mas que por si só, significa um periodo importante na historia industrial de Aragão, mas tambem pela sua arquitectura e o seu tamanho que a tornam quase tão colossal como as monatanhas que a rodeiam.
É, de facto, gigantesca e para ela se fala em planos de reabilitação e inculsivé de reactivação da linha ferroviaria…
Satisfeito o carpicho do mano velho, era hora de oferecer mais uma internacionalização há Dorothy.
A ideia consistiu em fazermos o enorme e aborrecido tunel de Somport, saindo do lado frances e depois voltando a Espanha pela estrada velha!
Foram 16 km de curvas e paisagens…
As paisagens esperam sempre por nós, assim como eu tinha que esperar pelo meu irmão, depois de argumentar que ainda se estava a adaptar há nova montada.
Aqui estão as meninas, depois de coroar os 1640m do Alto de Somport
Aproveitamos para beber uma cafezada e por as bocas em dia, para alem de planificar um bocadinho o final de manhã!
Astun, estancia de sky….
Um posto avançado do exercito espanhol, utilizado pelo destacamento de salvamento da Guardia Civil no inverno e cedido às instituições de protecção de menores como acampamento base para as ferias dos miudos mais carenciados.
Mas com uma paisagem assim, qualquer um vivia ali!
Detras da Dorothy e da Gertrudes, as terras altas da Jacetania, um dos territorios de Aragon que menos conheço, mas donde se podem encontrar povoações singulares como Aisa.
Povoações pequenas, mas com uma trama labirintica de ruelas e becos sem saida, que nos fizeram perder o norte e terminamos por sair de este por um caminho agricola, com atravesia de um leito de um ribeiro seco incluida.
Estava feito o baptismo da Gestrudes numa incursão pelo “todo terreno”.
Uma vez em Jaca, o objectivo era o grande Jabali, 35km de curvas cujas fotos jamais descrevem o prazer de as fazer. Por isso mesmo, não há fotos!
A cada curva o mundo e o horizonte mudavam de prespectiva, as vezes com um frenezim estonteante, Dorothy deixava no asfalto o seu binario, que me impulsionava para a frente, deixando para tras a Gertrudes e um condutor que, para alem de não conhecer a estrada, tinha um kit de unhas atrofiado pela idade.
Os anos e os km que fiz com ele já me davam confiança para estar tranquilo, que não se ia perder, e que não ira reclamar pelo ritmo imposto. A regra era simples. No proximo cruzamento espera-se pelo companheiro ou para que se volte a reunir o grupo.
Neste caso foi ao final de este tunel, já em pleno vale do rio Gallego.
Paragem tecnica para contar impressões, recuperar o folego e beber algo fresco no bar que estava ali perto!
O Vale do Rio Gallego é, nesta ocasião a porta de saida dos Pirineus, que nos devolve as planicies da Olla de Huesca, mas ainda tinhamos as ultimas curvas para fazer, que nos deixaram deslumbrados com estas paisagens!
O Gallego e os Mallos de Riglos…
….algumas curvas mais tarde….
E depois o “deserto”, um sem fim de campos secos, que mostravam ainda o restos da colheita do cereal numa planicie sem fim, percorrida por estradas secundarias que serpenteam pelo meios das povoações de caracter agricola.
La atras os Pirineus, que tanto prazer deram em (re)visitar e nos protegeu do calor que agora nos asfixia!
Chegados a Zuera, a autovia foi o caminho mais rapido para chegar há Capital do Reino.
Ao final foram percorridos 400km dos quais mais de metade por estradas de montaña por sitios que eu aconselho a qualquer um de voces a visitar.
Quanto há Gertrudes, ela parece ter sido bem estimada, tem uma pintura singular e as jantes brancas dão-lhe un toque exclusivo, apesar de estarem condenadas a andarem sempre sujas!
Despois disto ficou a vontade de que ela seja uma companheira mais frequente e assidua, sempre que o dono se comprometa a levantar-se a tempo de não obrigar os demais a esperar por ele!
Hola que tal?
Este pasafo Agosto nos cruzamos por Francia, nosotros estábamos en el área de servicio con las Xt camino de Normandia, tu ibas con el camión y nos comentanste lo del ataque de Dieppe y el proyecto del camino se Santiago con la Xr125.
Una suerte encontrarse con motoviajeros,
Saludos y buenas rutas.
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Hola Raul!
Como ha ido el Viaje?
Espero que bien!
Bien venido a mi rinconcito, donde cuento a mi gente las vueltas que doy por ahí!
Aunque, sentiendolo por vosotros, mis relatos estan todos en Portugués, las Imágenes cuentan mucho mas de lo que mis palabras. Espero que puedas disfrutar de ellas y, si hay alguna duda, no dudes en preguntar.
Estaré disponible para lo que haga falta!
V’ssss 😉
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pues fué genial, normandía muy chula, paises bajos no estan pensados para la moto, muy monotona la conduccioón, despues selva negra y alpes genial,
te paso la direccion de mi blog (estamos escribiendo la ruta a ratos perdidos)
http://losmomentosperfectos.com/
por cierto, tienes mi email, pasame el tuyo, y así te tengo fichado.
saludos. 😉
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Ola Raul!
ruivieira.mvf@gmail.com
Un saludo
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