Estar a viajar e dormir em hotéis é algo que ao que já me acostumei.
A parafernalia matinal de montar as malas, deixa-las na Dorothy, tomar o pequeno-almoço e entregar as chaves do quarto hoje teve um sabor amargo!
Os mentirosos da metereologia tinham dado uma probabilidade de chuva de 90%. E não é que os gajos adivinharam!?
Justo no dia onde eu ia ser formando, num curso de condução do Honda Instituto de Seguridad!? Mas, se chove estes gajos não vão querer dar o curso por motivos de segurança!!!
Até me custava engolir o croissant com queijo e fiambre (bem atestado)…
Eu ainda tentava empurrar com o leite com café que preparei, mas sempre que na recepção se abria a porta e deixava entrar o ruido das gotas a cair no chão lá fora tinha vontade de regujitar!
Quando sai com a Dorothy da garagem do hotel, caia uma chuva molha tolos, mas o chão já estava empregnado do liquido elemento. Tinha chovido toda a noite!
Mecagoentodoloquesemenea!!!!
Pior que tudo foi que, à medida de que me ia aproximando do HIS (Honda Instituto de Seguridad) as gotas passaram a cair na mesma cadencia, mas com uma “caudal” superior. Tanto que cheguei ao local já molhado nos braços e pernas!
Esta é a pista de asfalto….
….completamente molhada!
Ao fazer a confirmação da inscrição, previamente paga, fiquei a conhecer o funcionamento das instalações.
O complexo é composto por 3 pistas, duas de seco e uma de molhado (sendo esta ultima com um coeficiente de aderencia reduzido), as pistas secas, uma é asfaltada e a outra é de terra.
A pista de piso molhado serve unicamente para procurar os limites, fazem-se exercícios de travagem de pânico e em pisos muito deslizantes, sempre com piso molhado. O objectivo é que saibamos qual é o limite que marca o equilíbrio e a queda, e depois ir treinando a travagem de forma a torna-la progressiva em potencia e por consequência eficiente.
Na pista asfaltada, mais tarde soube que dão cursos com esta pista molhada, tem umas marcas para simulação de situações diarias na condução da mota. Nela fazemos os tipicos slolons, aplicando as tecnicas explicadas na parte teorica, como e onde olhar quando conduzimos uma moto, como curvar e como travar com e sem ABS.
Na pista de terra, dão-te noções basicas de como conduzir uma moto de todo terreno.
O resto do complexo está contido num edificio, donde podemos ver as motas utilizadas no curso.
Algumas joias da coroa….
Para alem de tudo isto, no piso superior, temos balnearios onde podemos guardar casacos, capacetes, tomar banho e trocar de roupa, salas de practicas com as motos robot e sala de aula teorica.
Quem nos recebe é esta menina, todo um referente de segurança no mundo das motos!
As meninas com que se dão os cursos de Scooter
E as meninas dos cursos de iniciantes e curso medio!
Isto não é bem assim, porque as motos vão rodando para que o parque se mantenha atualizado em materia de tecnologia.
No curso que fiz (curso medio) haviam NC750S e CB500S.
Na aula teorica foi-nos dado a saber que comportamentos devemos ter com o elementos metereologicos, a adoptar uma posição adecuada, as noções de “pendurismo” (a explicar aos penduras obviamente), distribuição de pesos e carga na moto, etc.
Passamos então as simulações para testar algumas das teorias ensinadas de forma virtual e depois é que saltamos para cima delas.
Quando descemos as pistas o S.Pedro andava com o secador a secar o asfalto. A chuva deixou de cair e o vento quente deixou a pista em seca em pouco mais de meia hora, facilitando assim que o pleno disfrute e diversão em aprendizagem.
Afinal de contas o objectivo da chuva matinal foi deixar a pista lavada e limpinha para que o curso fosse um sucesso!
Inicialmente tive o prazer de conduzir uma CB500S, mas depois roubei uma NC para ver se era tão boa quanto diziam….
Os exercícios eram todos eles fáceis, rápidos de assimilar e de muito práticos para o dia a dia.
Gostei muito dos exercícios de travagem donde notei uma melhoria em respeito ao que já fazia e admirei-me quando me explicaram com exemplos práticos coisas que já fazia inconscientemente.
Nas travagens em molhado, a vitima foi uma SH300i (Scoopy grande) com as rodinhas de lado, onde podemos sentir, sem cair como actua o ABS em molhado e como podemos actuar progressivamente sobre os travões de forma a reduzir a distancia de travagem sem que o ABS salte. É espantoso ver que, ao seguirmos a directivas do Jordi (instrutor), as distancias de travagem se reduzem, paramos a moto em segurança e sem que o ABS actue.
Ao final, fizemos uma corridinha de lentos onde me piquei com o Jordi!
Na cerimonia de entrega dos diplomas, Jordi frisou que me queria voltar a ver num curso avançado, dado que eu fiz a opção errada ao escolher fazer o escalão medio.
“As tuas habilidades estão acima de alguns que vem fazer o avançado!”
Depois do bem bom dos últimos 4 dias, era hora de voltar para casa.
De Santa Perpectua de Mogoda a Zaragoza existem muito kms, que percorremos em pouco tempo, a velocidades vertiginosas que cumpriram sempre com o limite imposto pelas leis.
Quando cheguei a casa deparei-me com a casa vazia, a cheirar a limpo e sem sinais de estar habitada há já alguns dias.
Resignado com a possibilidade de a rapariga ter-se ido embora, ainda ganhei coragem de lhe pedir uma satisfação:
-Estou!!!
-Podias ao menos dizer que te ias embora!
-Embora!? Eu estou em casa!- disse admirada- Onde é que tu estas?
-Isso pergunto-te eu? Eu estou em casa!!
-Rui! Em que casa!?
-Porra pá.-disse irritado ao deparar-me que tinha entrado no apartamento que deixara vazio, porque tinha juntado os trapinhos com a miúda – Enganei-me na casa!!! Espera lá que eu já vou, tenho muitas aventuras para te contar!!!!
O remate do relato está divinal… o que me ri 😀
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