DiY- Sistema de Transmissão por Corrente (limpeza)

Quando se deve fazer uma limpeza ao sistema secundário de transmissão por corrente?
Boa pergunta!
Nem eu sei responder.
Por isso, criei o meu próprio critério e então decidi que fosse sempre que mudasse a roda traseira .
Porquê?
Porque a roda traseira, no meu caso, dificilmente vai alem dos 10000km’s, o que significa umas 20 lubrificações se levarmos em conta que lubrificamos a corrente cada 500km (+/-).
Depois, porque a borracha e os diluentes ou detergentes de limpeza não se falam e para não estar a criar problemas de aderência num pneu que me pode mandar ao chão, jogo pelo seguro e afasto-o de todas essas matérias. Para acabar, porque para mudar o pneu tenho que sacar a roda do seu lugar, facilitando muito a acessibilidade mecânica para a operação de limpeza.
Nesta ocasião a “cobaia” vai ser a Artax que já andava meia coxa e sem poder subir ao monte derivado ao pneu de origem que se lambeu todo no Caminho!

1 carga

Esta é a menina com a trouxa toda em cima, para que nada lhe falte la no consultorio.

De onde me encontro ao consultório existem 35km de autovia que são uma autentica pasmaceira. Confesso que me vi tentado a ir pelo caminho, que tem uns saltos altamente, mas não achei muito prudente andar a dar saltos com as caixas de ferramentas a dois pneus em cima da mota.
Chegado ao consultório, o melhor seria desmontar as coisas e levar a Artax para uma ducha.

2 banho

Lavar uma moto antes de uma operação de manutenção é sempre uma mais valia, pois ajuda a que não existam corpos estranhos a interferir.
Neste caso até é melhor, pois a agua ajuda a tirar boa parte da nhãnhã agarrada a corrente e demais elementos da transmissão.

3 garagem

E aqui a temos, preparada para a vida dura de ser uma moto do monte a ponto de lhe baixarem as cuecas!!
Na ausência de um descanso central, que é uma ajuda preciosa nestes casos, recorri a um elevador que tenho, que serve para todas as motos, principalmente paras as de todo terreno.

4 Levantar

O sistema de transmissão secundaria são compostos por três elementos. Pinhão de ataque, cremalheira e corrente. No entanto existem as guias, que não sendo elementos da transmissão, são elementos de desgaste que permitem o seu correcto funcionamento.

5 Protector

Nas motos de todo terreno estas são muito importantes porque permitem que a corrente não salte fora do seu leito com as variações bruscas de tensão da mesma, derivado do curso longo e funcionamento da suspensão traseira.

6 guia

Aqui temos a guia de cremalheira, pronta para a banhoca.

7 Molho

Isto é uma tina com gasóleo, onde deixei de molho as varias peças que fui desmontando para limpar. O gasóleo não é o melhor, visto que não é um desengordurante a 100%, mas é um excelente dissolvente e, no caso da corrente de transmissão, não é muito agressivo para os o-rings.

8 pinhão

Aqui já falta o protector de pinhão…
Já esta de molho!

9 pastilhas

O próximo passo a seguir é o de desmontar a roda.
Para facilitar a coisa, ganhar espaço de manobra e não andar a bulha com Artax, convém afastar as pastilhas do travão traseiro. Para tal, podemos utilizar uma chave de fendas grande que, com carinho e delicadeza, serve de alavanca para convidar os pistões a retroceder e deixar mais espaço livre entre as pastilhas e o disco.
Depois podemos aliviar a porcas do eixo da roda traseira, para de seguida aliviar os esticadores da corrente.

10 desafinar

O objectivo é deixar a corrente laça para se retirar da cremalheira, para alem de se criar a folga necessária para retirar o eixo da roda e permitir que a roda deixe de fazer parte do corpo da mota.

11 eixo

Uma vez a roda solta e a porca totalmente desenroscada, esta tudo pronto para retirar a roda do seu sitio.

12 martelo

Mas, ao que parece, Artax teve alguma relutância em deixar sair o eixo e libertar, embora que momentaneamente, a sua roda traseira.
Tivemos que acudir aos serviços do meu amigo Martelo!

13 roda fora

Ora aqui esta, a roda já por sua conta!

14 Eixo metodo organizativo

A quando da minha juventude, vi o meu pai a desmontar muitas coisas. Quando não era a moto-serra ,era o motor de rega, passando por embraigens e caixas de carros, motores a 2T, até mesmo os complicadissímos sistemas de transmissão que nos ocupam hoje!
Quando não sabia bem o que ia sair dali utilizava o método da tábua.
Agarrava numa tábua, limpava-a e dispunha as peças pela sua ordem de desmontagem, mantendo a posição em que saíram e com o objectivo de não perder de vista a sua posição de origem e posição de montagem. Apesar de não haver aqui uma tábua, este trapo velho cumpre a mesma função e como era primeira vez que desmontava o Eixo da roda da Artax era importante saber a posição dos casquilhos “espaçadores” e das escalas de ambos esticadores de corrente.

15 secagem

Foi tudo lavado, limpo e seco,para posterior montagem.

16 Lavagem

Lavar a corrente é uma tarefa muito semelhante a da luta na lama, so que desta vez sem gajas nuas e com um cheiro nauseabundo a gasóleo!
A técnica consiste em, sem desmontar a corrente do pinhão de ataque, deixar a parte inferior de molho e lavar a parte superior. Quando já chega, puxa-se pela parte indefiro para que entre uma no parte no molho e a parte que saiu de molho leva a esfrega desta trincha que se vê. E assim até que a corrente brilhe.
Ao mesmo tempo as sobras de gasóleo vão empapando a nhãnhã que esta no pinhão de ataque!

18 Pinhao sujo

Que depois lavamos com gasoleo e a fricção da trincha justiceira!

19 cremalheira

No caso da Artax, que não existem silent blocks depois da cremalheira para amortecer as investidas da caixa, lavar a cremalheira com gasóleo é uma tarefa que requer alguma atenção.
O gasóleo pode reduzir o índice de atrito das pastilhas no disco de travão, pelo que, para evitar que este elemento fique “vidrado”, convém ter cuidado ao lavar a cremalheira e depois de tudo seco, preventivamente, passar uma lixa fininha no disco para eliminar eventuais capas de gordura.

20 Cremalhiera limpa

Olha ai! Ficou lindo não foi!
Agora mudar o pneu.

21 mudar pneu

Não é muito dificil!

21 mudar pneu

Rebarbadora dali, maçarico por acolá…

22 camara de ar

…uma câmara de ar reforçada há mistura….

23 Roda mudada

Et voilá!
Roda montada!

24 Reposição

Agora é momento de voltar a por tudo no sitio!
E agora!?

25 Colocação de eixo

Para por a roda no sitio precisamos do eixo, que tem que montar a escala dos esticadores e os “espaçadores” nos seus sítios. Tudo isto sem esquecer de voltar a por a pinça de travão traseiro no seu sitio para que seja mordaz o suficiente! Por isso é tão importante fazer uma boa observação no momento da desmontagem e guardar a posição correcta das peças.
Aqui já estava tudo no sitio, com a porca abicada, pronto para o próximo passo!

26 corrente montagem

O próximo passo era por a culpada disto tudo no sitio!
Mas prontos, ate esta asseadinha e tudo, damos-lhe um desconto!

27 guias (montagem)

Já com a corrente no seu leito, é tempo de montar as guias.
Depois já podemos esticar a corrente, deixando a folga indicada pelo construtor, procurando manter a roda alinhada antes de apertar a porca do eixo com uma muito amiga minha, chamada Dina (Dinamometrica).

28 prtecção do pinhão (montagem)

Na frente monta-se a protecção do pinhão e já esta pronta para a banhoca!

29 banho pos montagem

Outra vez!?
Se o banho inicial ajudou par retirar parte da nhãnhã da corrente, este ajuda a retirar os excessos de gasóleo que estão no sistema e que podem diluir o lubrificante de corrente impedindo-o de fazer bem o seu trabalho!

30 Limpeza Feita

E aqui está o trabalho de limpeza concluído!
Olha aí hã!
Parece novo!

31 lubrificar

Vamos lá então lubrificar a corrente como deve de ser!

32 Lubrificante

Este é o lubrificante que eu utilizo, que tem uma base de teflon, um excelente anti-fricção que ajuda a proteger os o-rings das correntes deste tipo.
No entanto a cadencia de lubrificação deve ser respeitada, sendo que se deve lubrificar a cada 500km em quente, depois do banho ou inclusive, encurtar este intervalo se os ambientes são muito poeirentos ou enlameados!

33 resultado final

Aí esta o resultado final!
Pronta para o monte e para curtir bons momentos!

The Lone Rider’s Day

Digamos eu me cansei de escrever barbaridades, desta vez, para ser diferente a mim mesmo vou escrever “comodevedaser”!
Era uma vez um individuo do sexo masculino com 38 anos que gostava muito de andar de mota. Mas infelizmente o seu trabalho deixava-lhe muito pouco tempo disponível para entregar-se os prazeres de levar com o vento na cara e a desenhar as trajectórias….. (isto é difícil)…. ……nas divertidas estradas da Comunidade Autónoma de Aragão…. (cansa bué)…. Houve então um certo fim de semana em que, depois de uma viagem esgotante à Polónia…. (arre ó égua, que suores frios)….este jovem decidiu que iria tirar um dia para sair e fazer um passeio…..
Qual passeio, qual carapuça!
Soltar a Franga!
Ora bem, isto de escrever “comodevedaser”, não tem nada de divertido, assim que back to basics, escreve como sabes, de forma anárquica e com bocas foleiras por tudo quanto é canto!
Pois bem meus meninos, aqui o “je” decidiu sair para soltar os cavalos do animal no domingo. Melhor, sair sem destino e sozinho:
-Tu vais onde!? Fazer o quê? Tu por caso já pensaste que talvez a tua namorada tenha planos para esse dia!?
-Mas… ….é que….!
-Nem mas nem meio mas, tens que combinara as coisas comigo para que eu não esteja sem saber as coisas, sabes bem que temos que dialogar para que não surjam este tipo de desencontros, e que o preço do creme para a cara voltou a subir e que a rapariga que faz a limpeza esta de ferias, por isso tens que me ajudar!
-Ok! Eu ajudo! Vou curtir umas curvas com a Dorothy e assim não te estorvo!
-Como te atreves a dizer isso? Pensei que fossemos um casal em que as tarefas do lar fossem compartidas!
-Pois, por isso é que pagamos a uma mulher a dias!
E com isto fechei a porta pondo fim à discussão.
Ora, como é normal aqui em Aragão, os dias começam logo pela manhã!
Dorothy descansava placidamente quando desci à garagem ao seu encontro. O GPS só ia ajudar em caso de emergência, o mapa de Aragão seria o meu guia, mas o meu guia principal seria o meu instinto.
Capacete nos queixos, Dorothy quente e bota que se faz tarde.

1-amanhecer

Eram pouco mais das 6 da manhã.
O café exerce em mim um efeito tranquilizante, permitindo que a minha alma de desapegue do meu corpo numa viagem que lhe permite visualizar a viagem que estou prestes a fazer.
O baixo Aragão é uma parte desconhecida para mim e como estou já à algum tempo sem escrever nada para a minha saga de cronicas Aragão por Lone Rider, era tempo de fazer um pequeno reconhecimento rodoviário para então retomar a saga.
Hoje não vão haver episódios nem pedaços da historia de Aragão a relatar, desta vez trata-se de curtir estrada e as paisagens que se nos apresentem diante dos olhos.

Voltamos a estrada para fazer parte do jogo de luz e sombras que me oferecia o amanhecer.
Eu não gosto de rectas, mas se antes de chegar ao aborrecimento há curvas, um gajo respira fundo e aguenta-se!
Assim é a estrada de Belchite, a sua parte inicial tem umas curvas ultra rápidas que permitem inclinações de medo, mas depois o horizonte é dividido por uma linha recta de Asfalto com mais de 15km de longitude.
Ao final da interminavel recta estão as ruínas de Belchite.

2-belchite

Até Lecera é outro bailado de sombras e trajectórias, com Dorothy a desenhar sombras dantescas no asfalto. A surpresa marcou presença na estrada para Albalate, um asfalto novinho em folha só para nós, que não podemos aproveitar como devia ser por causa do astro rei, que se levantava mesmo diante dos nosso olhos.

3-joteros

Dois Joteros, que dançam a Jota, dando as boas vindas a quem visita Albalate de Arzobispo.
Esta povoação tem um castelo que tentamos visitar.

4-entrada-ao-castelo

Coisa que não foi possível….

5-igreja-matriz

A Igreja Matriz, consagrada a Virgen de los Arcos, com uma monumental torre Mudejar.

6-albalate-del-arzobispo

Ao sair de Albalate, Dorothy pousa para a câmara, para imortalizar o Castelo la no alto.
Saídos de Albalate de Arzobispo, apanhamos a estrada para Hijar e que nos levaria a um destino de suma importância para o motociclismo Aragonês.

7-ruta-del-tambor

Em Hijar entramos na muito conhecida Rota do Tambor e Bombo, que vamos percorrer parcialmente.
O sol já não interferia nos olhos, mas uma patrulha da Guardia Civil, fez-me lembrar que estava a pisar uma Nacional e que, apesar de hoje estar tudo de olhos postos em Formigal por causa do Motorrad Days, convinha não baixar a guarda e ter cuidado com as fodografias em prol da nossa segurança.
E esta escolha, não foi ao acaso, pois assim podia curtir as curvas mais tranquilo porque sabia que estava totalmente fora de rota dos grande fluxos de motos que se iam verificar durante aquele domingo. Fluxos que atrairiam sem duvidas os serviços fodograficos da Direcção General de Trafico (DGT).

8-motorland

E pronto, já chegamos as portas de um dos circuitos mais interessantes de Espanha, onde já tive o prazer de entrar uma vez.
Para os Habitantes de Alcañiz, com uma historia muito ligada ao motor desde há muito, um circuito como este, que acolhe os campeonatos do mundo de motociclismo, para alem de muitas outras competições europeias, é uma forma de dinamizar a economia e de dar seguimento à tradição.

A estrada volta a levar-nos para longe do circuito, desta vez em direcção à longínqua comarca de Matarraña.
E da planície passamos as curvas encadeadas umas nas outras, subindo o monte. Depois de Mas de las Matas, tudo indica direcção Castellote, mas de Castellote nem vê-lo!

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E as paisagens convidavam a parar, admirar a vista, tirar fotografias.
A estrada adentra-se rocha a dentro e do outro lado estava Castellote e uma vista tremenda, limitada ao longe por um paredão de uma barragem.
Descemos o vale, voltamos a subir, deixando Castellote para trás e ao chegar ao paredão o azul das aguas fere-nos os olhos!

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Estavam a descarregar nesse momento e o ruído era violento.

12-vista-de-castellote

Olhamos lá para o fundo e vimos Castellote, incrustado na montanha.
E a estrada volta a oferecer-nos bom piso, boas curvas sempre em ascendente. Dorothy, volta a mostrar porque é uma excelente sport-turismo, oferecendo-me excelentes momentos de condução.

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Mas paisagem grita e obriga-nos a parar para contemplar.

Os momentos de condução e curvas só eram interrompidos quando no nosso caminho aparecia uma povoação.

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Uma marca medieval em terras que foram conquistadas por Cid el Campeador.
Depois de passar a povoação voltamos ao de sempre, curvas e paisagens muito bonitas, muito em parte por causa do dia espectacular que fazia, apesar de a esta hora o calor já era algo forte.
De repente…
Mas onde é que eu vim parar!?

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Foi então que percebi que tinha feito uma incursão pela Comunidade Valenciana e que este sinal só me informava que estava no caminho certo, porque de ali em adiante estava de volta a “Manholandia”!

18-templarios

E claro, Aragão no seu tempo foi origem dos Cavaleiros do Templo mais valentes da sua historia, para não falar no temidos Almogaraves, que semearam o terror na Secilia, em terras de Bizancio!

19-estrada

Mas o que nos ocupa aqui é isto….
As estradas e as paisagens!

21-subida-cantalavieja

Vocês podem imaginar o sofrimento que é chegar até aqui!?
A imagem até ficou ligeiramente desfocada da emoção!

22-cantalavieja

Para aqueles que estão, agora mesmo, com o mapa nas mãos e preparados para lhe espetar outro pino, esta é Cantalavieja e só pelas vistas já merece a pena visitar.

22-porto-de-montanha

Aqui é o ponto de inflexão, daqui até a Capital da Província de Teruel, é sempre a descer.

23-paisagem

Como se pode perceber neste promontório…..
Mas até lá, 78 km de curvas, asfalto quente e de primeira qualidade, que percorremos com alguma pressa porque o estômago apontava a reserva.

24-teruel

Sinceramente nunca me interessou muito a historia de Teruel, mas percebi que foi uma cidade amuralhada, cujas torres ainda se conservam, que tem um centro histórico muito bonito e uma historia (lenda) que dizem ter servido de inspiração a um britânico de nome Shakespeare.
Mas o meu interesse era outro, Dorothy já tinha apetite e eu fome.
Para ela, por se portar muito bem, 98 octanas e um merecido descanso há sombra. Para mim, uma “ensalada campera” e uma “pescadinha de pernas abertas a la plancha” (não à fotos porque o apetite voraz dá num prato vazio e lambido).
Estava calor, mas estava animado, porque sabia que a coisa ia ficar mais fresca.
Estávamos a ponto de rumar a um sitio que é importante na historia de Aragão.

25-serra-de-albarracin

Aqui já fazia mais fresquinho.
O odor a resina fazia-me recuar aos meus tempos de infância, em que a apanhava as pinhas abertas pelo calor, que depois serviam para pegar o fogo à lenha que nos aquecia no inverno.
Esse cheiro que sentíamos quando, navalha em mão, procurávamos nos pinheiros de mais de 30 anos, aquele pedaço de carrasca que, como mais ou menos talento, esculpíamos à semelhança dos super cruzadores que víamos na saga de Star War’s ou na serie de Apolo!

26-penhasco

Aqui dá para perceber porque fazia fresquinho.
As vistas são indescritíveis, aconselho vivamente a visita à Serra de Albarracin!

27-albarracin

Aqui está ele, o Castelo e a povoação medieval, base de acampamento de Cid el Campeador, antes de lançar o ataque a terras valencianas, uma pérola no meio de um tesouro natural.
Não visitei o povo, coisa que devo fazer em breve, porque fiquei com agua, muita agua na boca!
Apanhamos a estrada para Orihuela de Tramedal e depois de um desfiladeiro estreito e sombrio a estrada que se abriu foi esta.

28-curvas

Da para perceber o porque de ter vontade de vir cá?

29-paisagens

Depois de Noguera de Albarracin vivi e momento mais agradável do dia.
A estrada praticamente não tinha curvas, descia suavemente pelo monte, paralelo a um rio de pedra (venham ver, é no mínimo esquisito (seria uma excelente RIM)), decidi então aproveitar a inercia com Dorothy em ponto morto, com o motor apagado, ganhando suavemente velocidade, estrada abaixo, com o odor da resina dos pinheiros, os pinheiros e azinheiras, o rio de pedras, o som do vento no modular aberto, o vento nas trombas…..
Momento perfeito!
Qual mulher, qual quê!!!!
Com todas estas coisas todas boas, de tão embriagado que estava, vim parar aqui!

30-guardia-civil

Fugi logo!
Muito possivelmente aparece alguma multa para pagar em casa, visto que está proibido fotografar instalações das forças de segurança do estado, mas eu achei este exemplo arquitectónico muita fixe.
Esperemos que ninguém me tenha visto!

31-penhasco

Pelos vistos, continuávamos bem alto, apesar de termos descido tanto.

32-castilla-la-mancha

Prontos, acabou-se a frescura, preparem-se para suar!
Castilla la Mancha, estrada cheia de curvas vale abaixo, onde se notava perfeitamente o aumento de temperatura a medida que descíamos.
Mas, o que procurávamos teimava em não aparecer, será que se tinha escondido?
Impossível, está a quase mil anos no mesmo sitio, ia-se esconder só porque estou de passagem?
A estrada apoia-se numa encosta para subir a um promontório, onde, apoiado numa colina….

33-molina-de-aragon

……estava o impactante e belíssimo castelo de Molina de Aragão, que dominava tudo à sua volta.
Valeu bem a pena os cinco minutos de contemplação, mesmo com o termómetro a apontar mais de trinta graus.
Entre Molina de Aragon e Nuevalos a estrada é penosa, difícil, quase impraticável para quem já levava com quinhentos km no pelo.
Mas perto de Nuevalos está o Monasterio de Piedra, que merece pena visitar, porque no Verão nos recebe assim.

35-monasterio-de-piedra

A diferença de temperatura é brutal, e deve-se estar muito melhor lá em baixo, junto a “Cola de Caballo” com toda a humidade que ela joga no ar.
É um lugar magico, que merece pic-nic e uma vista prolongada!
Entre o Monasterio de Piedra e Zaragoza são 100km (+/-) de autovia aborrecida, mas necessária para chegar cedo a casa e preparar a mente para um “confronto de ideias” com a cara-metade.

36-km

No final foram 622km a solo, com muitas curvas e a fazer que mais gosto!

Agora aquilo que poderia ter sido e vocês pensam que não foi!
-Ola! Já cheguei!
Ela, caminhando até mim estende os braços e enrosca-se no meu pescoço:
-Então divertiste-te?
-Porreiro, muita fixe, um dia ideal para andar de mota!
-Que fixe! Tenho uma coisa para te mostrar….
-O quê?
-Lembras-te da langerie que me ofereceste?
-Sim!!!
-Mas tens que me tirar as cuecas!
-Para quê? Eu arredo para o lado!

E prontos!
Assim acaba um dia perfeito!